... de educação física estava tão mórbida. Um dia feio: céu azul, poucas nuvens e um grande sol amarelo brilhando, logo hoje que eu havia me esquecido de passar o protetor. Eu, com aquela calça azul de uniforme, com a branca camiseta de Amélia. Já sem os dois casacos que tinha quando sai de casa pela manha. Sorte, que também sem o cachecol que, realmente, pensei em botar. Não mas tão frio quando mais cedo, minha alma continuava congelada. Meu all star na areia, e de repente:
-Natan. Vai, porra.
Uma bola passa sobre minha cabeça, mas eu simplesmente me abaixo. É muito terrível ser obrigado a ficar num campo de areia velha correndo atrás de uma bola quase furada. Continuei andando por aquela areia pisada por todos, indo de um canto a outro, pensando na minha vida. Olhei pro chão, e meu all star tava ali, Já não mas limpo. Aquela areia parecia impregnar nele quando de novo:
-porra, ta do teu lado.
-vai caralho, pega essa bola.
-corre Natan, não fica parado.
Eu, agora, parado no meio do campo, virei minha cabeça para os lados. A professora com aquela cara de sempre, que ainda não aprendi a descrever, olhava pra mim. Com uma viseira azul, calça vermelha, e a camiseta de formatura que eu desenhei. No pescoço, uma corda vermelha segurando um apito amarelo que insistia soar um som desagradável.
-Anda Natan. Você acha q eu não tou te avaliando? Vai jogar, vai.
E eu fui para o outro lado do campo, vi umas pichações no muro, e bateu uma nostalgia da época que minha vida era daquele jeito: de qualquer jeito.
Hoje, são só cobranças e mais cobranças, não sei mas pra que viver, não sei pra que eu vivo. Será que eu ainda estou vivo?
domingo, 25 de abril de 2010
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